sábado, 3 de agosto de 2019

APRESENTAÇÃO

( OBS: O conteúdo integral deste blog está contido no volume intitulado "THEOPHILO SOARES GOMES (1854-1935): dramaturgo e político paranaense". Para adquiri-lo, acessar o seguinte link: https://www.agbook.com.br/book/275787--THEOPHILO_SOARES_GOMES )
Este trabalho tem como objetivo retratar a vida, o contexto familiar e social, do dramaturgo e político paranaense Theophilo Soares Gomes (1854-1935) (doravante, TSG), do modo como é possível pelas informações disponíveis, especialmente da imprensa local de sua época. TSG nasceu em 1854, juntamente com o primeiro jornal paranaense, o “Dezenove de Dezembro”, e a nova província do Império, a do Paraná, que se emancipou da província de S.Paulo em 1853. TSG tinha 35 anos quando a República foi proclamada. Viveu até 1935, tendo exercido um papel político importante na chamada República Velha. Assim, sua vida tanto pertence ao período monárquico como à Primeira República e investigá-la possibilita também obter alguma informação adicional sobre tais períodos, para além da caracterização do dramaturgo, em sua juventude, e do político, na maturidade. A fonte principal de informações utilizada é, como disse, a imprensa da época, cujo acesso hoje é facilitado pela moderna tecnologia que viabilizou a digitalização dos jornais e outras publicações periódicas. Nesse sentido, um destaque especial deve ser dado à magnífica Hemeroteca da Biblioteca Nacional (link htpp://memoria.bn.br/hdb/periodico.aspx), aqui amplamente utilizada. Também foi consultado o acervo microfilmado relativo aos órgãos da nossa imprensa antiga, disponível na Divisão de Documentação Paranaense da Biblioteca Pública do Paraná, e foram realizadas pesquisas no Arquivo Público do Estado. Essas fontes primárias de informação foram complementadas por valiosas obras da historiografia paranaense, citadas ao longo do texto, que fazem referência explícita a TSG ou auxiliaram o autor na compreensão desses períodos históricos. Este trabalho se apoia pois em notas da imprensa cotidiana. Se bem utilizadas, elas podem ser muito reveladoras de uma pessoa e sua época. Por isso, acredito que este esforço de pesquisa se justifica. Os fatos levantados, relacionados a outros, proporcionam uma visão histórica mais articulada que ultrapassa a dimensão estreita da imprensa, auxiliando o pesquisador a extrair conclusões, dentro do marco teórico-conceitual que adota. Se o nosso biografado fosse uma pessoa humilde, não pertencente às classes dominantes, não seria notícia frequente na imprensa. Assim, esse simples fato já é revelador de uma condição social. E a frequência com que ocorrem tais menções nos permite de certa forma “rastrear” a vida dele... O que interessa, para a vida social, são os dados objetivos de uma trajetória biográfica. O que ocorre no mundo da subjetividade, dentro dos seus limites, não é relevante socialmente. Só o é na medida em que se manifesta externamente, em ações de que o biografado participou, influenciando a vida social (assim como foi por ela influenciado). Um aspecto interessante da abordagem utilizada, com foco numa certa personalidade, acompanhando sua trajetória pelas menções feitas a ela na imprensa de sua época, é a diversidade dessas referências, referindo-se à vida dela em suas múltiplas dimensões—familiar, econômica, profissional, cultural, associativista, política etc, o que nos aproxima de um retrato mais fidedigno da realidade social que é complexa e multifacetada. Assim, o método utilizado -- implicando em ampla coleta de informações publicadas nos órgãos de imprensa da época, com seus vieses conhecidos -- ajudou na busca de um retrato realista do personagem em questão e seu meio. Para tanto, muito interessaram fatos aparentemente corriqueiros, da vida cotidiana, pertencentes à micro-história. Por fim, cabe-me esclarecer ao leitor que, apesar de procurar manter sempre um distanciamento crítico com relação a TSG ---- situando-o em suas vinculações com as oligarquias locais e levando em conta as menções na imprensa tanto elogiosas como críticas a ele ----, não posso negar que lhe dedico uma certa simpatia, pela sua relação de parentesco com meus ancestrais. Theophilo era filho (pelo primeiro casamento) do avô de minha avó Arabela ou, dizendo de outra forma, era meio-irmão de minha bisavó Julieta.
--FOTO SUPERIOR: publicada na "Revista do Povo", que circulou em Curitiba entre 1916 e 1920. ----FOTO INFERIOR: extraída de "História Política da Assembleia Legislativa do Paraná", por Samuel Guimarães da Costa. Curitiba, Assembleia Legislativa do Paraná, 1995, vol. I, p. 284.

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